Primavera II

Ela chegou,
com ela os seu cheiros,
com ela vêm as paixões,
abrem-se as emoções,
que nos permitem apaixonar.

Para uns é especial,
a todos toca,
por mais que seja apenas uma época,
é aquela época em que os nossos sentidos despertam,
despertam da letargia do Inverno,
querer tocar e ser tocado,
abraçar e ser abraçado,
beijar.

Ai como é bom quando ela chega,
cada vez que ela nos toca,
e sempre nos toca,
uns mais que outros,
mas, todos despertam,
e ao despertar amam
e ao amar é-se feliz.

Mais do que querer amar,
para assim ser feliz,
quero que alguém me ame,
e que assim seja feliz,
para que eu também a possa amar
e assim ser feliz.

Compromisso

Quando as dúvidas se assumem,
sim ou não a um compromisso?
Há que pensar, há que validar,
quais as nossas expectativas? E a do outro?
Quais os nossos limites? E os do outro?

Há que dá-los a conhecer,
conhecer as fronteiras de cada um,
conhecer o que se tem que abdicar,
as cedências que se têm que fazer,
mas, principalmente,
saber se estamos disponíveis para o fazer.

Os hábitos mudaram,
a vida mudou,
já não vivemos tanto para os outros,
tendemos a viver cada vez mais para nós,
e não admiti-lo, não o conhecer,
pode impedir que o compromisso se consuma.

Mais e mais queremos amar,
queremos alguém que nos faça companhia,
mas, queremos independência,
independência de escolha,
e cada vez mais por não a conseguir ter,
ao assumir um compromisso,
nos afastamos,
então, como saber o que estamos dispostos a ceder?

E essa é a grande questão,
que compromisso procuramos,
é só por um momento,
é só pela companhia,
é só pela necessidade,
que procuramos realmente,
estamos dispostos a mudar,
estamos dispostos a ceder.

Que guerra é esta então,
que batalha é esta,
quem sabe realmente o que é que quer?
quem sabe verdadeiramente como o obter,
se estão dois nesta guerra,
quem realmente vai vencer?
será o compromisso que vencerá,
será que este vai perdurar?

Primavera

E enfim tardou a chegar, mas, chegou!
Cá estamos nós,
numa das mais magnificas épocas do ano,
a época das paixões,
do inicio das roupas mais leves,
dos cheiros das flores,
e dos outros cheiros que parecem que nesta época nos chegam mais perto
e nos despertam mais os nossos sentidos.

Penso que vai ser uma grande primavera,
que vai trazer algo de novo,
algo que possa se apresentar como um desafio
e que por certo me vai deixar marca.

Pois é a última primavera dos trinta,
depois desta entra-se nos ‘entas
e aí tudo muda,
pois a partir daí,
nós mudamos,
pois estamos sempre a mudar.

Por isso resta-me aproveitar
e que seja da melhor maneira possível,
será mais uma primavera
e que seja uma primavera que fique para recordar.

Se não,
para o ano cá estaremos de novo para ver,
e talvez então vivê-la.